No início deste ano o lateral-esquerdo Jorbison do Flamengo fez o
impensável. Ao retornar de empréstimo junto ao Duque de Caxias, procurou
um diretor da equipe e disse:
- Eu me converti, preciso me batizar e não posso mais mentir. Sou gato. Meu nome é Maxwell, e não Jorbison.
O jogador chegou ao Flamengo em 2006, mas seus documentos estavam
adulterados. Ele nasceu em 1989 – e não em 1991, como constava na
certidão apresentada. Seu nome verdadeiro é Maxwell Batista da Silva – e
não Jorbison Reis dos Santos.
A mentira da mudança de idade permitiu que Maxwell jogasse “abaixo”
de sua categoria etária durante o período que esteve nas divisões de
base. Com isso, ele foi até convocado para a Seleção Brasileira Sub-20,
para a disputa de um torneio no Uruguai em janeiro de 2010.
Diante da revelação, Flamengo e jogador acordaram com uma rescisão de
contrato, publicada no Boletim Informativo Diário da CBF (BID) em 13 de
janeiro.
Quatro dias depois, em 17 de janeiro, o BID publicou o contrato de
Maxwell Batista da Silva, agora ligado ao Sport Club Corinthians
Alagoano. Com duração de três anos, o contrato foi assinado um dia antes
da rescisão com o Flamengo. Jorbison deixara de existir
futebolisticamente, e Maxwell “nasceu de novo” para o futebol.
No Twitter, Maxwell já havia mudado sua identidade no final de 2011. Deixou de ser @jorbison35 e passou a ser @baianoo35.
No site do Corinthians Alagoano, o jogador Maxwell aparece com seu
novo uniforme e a data de nascimento verdadeira: 23/10/1989. Ou seja,
está com 22 anos.
Nascido em Camacan, no Sul da Bahia, Maxwell foi rapidamente
contratado pelo Flamengo em 2006, depois de passar pelo Artsul, time
pequeno do interior do Rio. Tornou-se profissional em 2009 e disputou
três partidas no Campeonato Brasileiro.
Embora fosse considerado uma promessa, nunca se firmou. Ano passado
foi emprestado para o Duque de Caxias, onde disputou a Série B do
Brasileirão.
A prática de adulterar documentos é conhecida no meio futebolístico
como “gato”, mas geralmente são descobertas pelos clubes, nunca
admitidas pelo jogador.
“Fico muito surpreso. Ninguém poderia ter ideia. Pelo biotipo dele,
bastante franzino, jamais desconfiaria disso. Mas as más companhias
conduzem a isso… O cara apresenta o documento e como vai fazer? É
complicado” disse Kleber Leite, dirigente do Flamengo.
Já em Alagoas, Maxwell explicou resumidamente sua atitude, que parece
estranha para a maioria das pessoas envolvidas com o futebol. “Eu não
podia mais mentir”, disse.
Fonte: Glogo Esporte
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