Mergulhado em meus pensamentos, enquanto subia a serra que dá acesso à
cidade onde moro – Teresópolis – entre montanhas e águas escorrendo
pelas escarpas, vi-me pensando em Maria, a mãe de Jesus, e em seu papel
único e majestoso de gestar em carne e osso, por obra e graça do
Espírito Santo, o Verbo de Deus, divino em sua origem, humano em sua
encarnação.
Que outra mulher não gostaria de emprestar o seu ventre para o
desabrochar desta semente que demarcou o tempo? Mesmo entre aquelas que
defendem o aborto, haveria alguma que, sabendo de antemão o lugar que a
história lhe reservaria, teria a coragem de mutilar o embrião
pertencente ao filho de Deus e jogá-lo na lata do lixo?
Não pretendo divinizar Maria. Ela não se constitui nenhum meio de
graça para mediar a salvação. Não lhe sobreveio nenhuma virtude que a
tornasse meio de acesso a Deus. Maria foi simplesmente humana, mulher,
mãe exemplar, esposa dedicada, que teve o maior privilégio que ninguém
jamais terá em qualquer tempo: introduzir entre os homens, o sumo
sacerdote dos bens eternos.
Mas também não pretendo tirar-lhe o mérito de ser a mais
bem-aventurada entre todas as mulheres. Aliás, não estou sendo original.
A Bíblia assim a descreve. Maria merece o nosso respeito e admiração.
Merece estar no lugar onde a história lhe reservou. Merece ser amada,
como merecem todos os seres humanos. Não é justo tratá-la com desdém.
Nem menosprezá-la com adjetivos inadequados só para realçar a nossa fé
em Jesus. Maria é Maria. Jesus é Deus.
Maria dignificou o matrimônio, a família, a maternidade e alegrou-se
na própria salvação provinda de Deus. Soube portar-se como mulher e se
manteve perto de Jesus, com o seu cuidado amoroso, até que ele cumprisse
o seu último ato antes da ressurreição. E nos dias que antecederam o
Pentecostes, lá estava ela entre os demais irmãos, humilde, à espera do
derramamento do Espírito.
Maria, bem-aventurada. Maria, mãe de Jesus.
Salve, Maria!
Fonte: gospelprime.com (Geremias do Couto)
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