O vídeo onde um jovem homossexual é exorcizado e “curado” durante um programa da IURD TV pode render um processo judicial histórico no país.
Neste programa, o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, fala que o jovem identificado apenas como Leandro passaria por um processo de “libertação”.
O bispo Clodomir Santos é chamado e conversa com o demônio e o
expulsa depois de saber que o jovem se tornou gay por ser vítima de um
“trabalho de macumba” de um vizinho contra ele.
O jovem se contorce, grita e se ajoelha no chão enquanto os bispos
começam a gritar “queimando, queimando, queimando” e o exorcismo é
feito. O jovem volta ao seu estado normal e diz que se sente melhor.
Depois, agradece por ser libertado pelos bispos da Universal.
A alegação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais (ABGLT) é que as imagens seriam provas de
“charlatanismo”. Segundo o artigo 283 do Código Penal, esse crime pode
resultar na prisão dos envolvidos por até dois anos.
A ABGLT pediu ao Ministério Público de São Paulo que investigue o
caso, pois afirma que embora a Constituição garanta liberdade de culto, a
homossexualidade não pode ser tratada como uma doença. Desde 1990, ela
não consta mais da Classificação Internacional de Doenças, da
Organização Mundial da Saúde.
“Parece-nos que o vídeo em questão, assim como vários outros
disponíveis na internet com conteúdos parecidos, é uma prova cabal da
prática do charlatanismo, uma vez que divulga publicamente a suposta
“cura” de uma condição que não é doença, além de disseminar a
demonização e manifesta intolerância da homossexualidade”, diz o
requerimento encaminhado pela Associação ao MP.
O Ministério Público ainda não se manifestou a respeito. Não é a
primeira vez que Toni Reis, presidente da ABGLT, entra em rota de
colisão com os evangélicos.
Reis e sua associação já reivindicaram no ano passado punições às
emissoras que levem ao ar declarações ofensivas aos direitos
homossexuais. Sua solicitação ao Ministério das Comunicações é que se iniba essa prática em especial nos programas religiosos transmitidos em rede aberta.
Além dos pastores evangélicos, em especial Silas Malafaia, que moveu um processo contra Toni Reis, o deputado Jair Bolsonaro também já foi atacado pela ABGLT.
Esta semana, a ABGLT e outras entidades similares, enviaram um ofício
ao Ministério Público Federal, questionando o veto aos vídeos da
campanha do Carnaval contra a Aids, produzida pelo Ministério da Saúde
com o foco em jovens gays.
Também solicitou ao Ministério Público Federal que investigue e tome
providências sobre o veto à distribuição do chamado “kit Gay”, material
distribuído nas escolas que serviria para combater a homofobia. Na
interpretação dos evangélicos e católicos, que conseguiram impedir sua
distribuição, o material iria promover a homossexualidade.
A Associação quer saber que providências o governo está tomando
“diante da comprovada existência da homofobia no ambiente escolar”.
Assista o Vídeo:
Fonte: gospelprime.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário